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A crise chegou ao espaço, e os indicadores da indústria já foram afetados: pesquisadores da Universidade de Cambridge acabam de encontrar a menor estrela da história. Ela é um tantinho maior que Saturno, poderia se esconder atrás do gigante gasoso Júpiter e tem apenas o mínimo de matéria necessário para desencadear o processo de fusão nuclear que caracteriza uma estrela.

 

EBLM J0555-57Ab, como é conhecida, está a 600 anos-luz da Terra e faz parte de um sistema binário – ou seja, um sistema com dois sóis, que giram um em torno do outro. A pequena foi descoberta justamente porque passava, de tempos em tempos, na frente de sua irmã maior, alterando de forma periódica e previsível o padrão de luminosidade registrado pelos telescópios terráqueos. Em sua superfície, a gravidade é 300 vezes mais intensa que a do nosso planeta. Sua massa é só 8,1% da do Sol.

“Nossa descoberta revela o quão pequena uma estrela pode ser”, afirmou à assessoria de Cambridge Alexander von Boetticher, o astrônomo responsável pelo estudo. “Se ela tivesse se formado com uma massa só um pouquinho menor, a reação de fusão do hidrogênio em seu núcleo não se sustentaria, e ela teria se transformado em uma anã-marrom.”

Pausa para o glossário: uma anã-marrom é uma estrela que não deu certo. Qualquer bola de gás pode entrar na fila do concurso público para se tornar uma estrela, mas ela só chegará lá se seu núcleo atingir densidade suficiente para dar início à fusão do hidrogênio (de massa atômica 1) em hélio (de massa atômica 4). Tabela periódica, alguém?

A fusão demanda muita, muita energia para ocorrer. Mas depois que ocorre, libera muito mais. É por isso que estrelas ficam acesas e tão quentes por milhões de anos. Quando uma candidata a virar estrela não consegue dar esse pontapé inicial, ela vira uma anã-marrom – que lembra muito um gigante gasoso gordo e apagado.

Filhotes que fugiram desse destino triste provavelmente são mais comuns do que parece. Só não são conhecidos porque raramente são detectados. Para o equipamento disponível atualmente, 20% da massa do Sol é o limite de sensibilidade – estrelas menores que isso precisam ser encontradas pelo mesmo método de busca de exoplanetas, por meio de evidências indiretas. É uma pena: astros desse tipo têm potencial para abrigar planetas parecidos com o nosso em sua órbita.

“Muitas vezes é mais difícil medir o tamanho de uma estrela de massa pequena do que o de planetas maiores”, explicou von Boetticher. “Ainda bem que, quando elas estão em um sistema binário acompanhadas de uma estrela maior, nós podemos encontrá-las usando equipamento de caça de planetas.” O artigo científico está disponível para acesso público

 


Fonte: Exame

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