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Quantas vezes o mesmo órgão pode ser transplantado?

Gentil cidadão da outrora Santo Antônio de Carangola, a resposta é: sim, com ressalvas.

Um órgão que foi transplantado uma vez e não apresentou problemas de rejeição pode ser passado adiante caso o primeiro receptor tenha morte encefálica. Por outro lado, o presidente do Conselho da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Valter Garcia, afirma que, se a pessoa transplantada teve algum problema de rejeição, mesmo que revertido, fica difícil fazer uma nova doação.

Garcia explica que, quando o órgão é colocado no corpo de um receptor, ele cria uma fibrose ao redor, uma cápsula que pode se romper durante a cirurgia de retirada, o que torna o órgão inutilizável. “Se for uma retirada fácil, e o órgão estiver funcionando, ele pode ser usado de novo”, diz.

As córneas, no entanto, são mais sensíveis e só aceitam um receptor. A coordenadora do Departamento de Tecidos da ABTO Márcia Libânio explica que, depois da primeira doação, algumas características da córnea são alteradas. Se retirada novamente, ela pode ter perdido sua transparência. “Não é um tecido ideal para uma segunda doação. O paciente não ficaria com a visão desejada”, diz Márcia.

O reúso de órgãos, em suma, não é tão fácil. E também não dá pra transformar gente em adubo. Tá difícil pra humanidade.

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