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Planeta Vivo
Enquanto a seca dizima a lavoura americana, o Brasil colhe uma supersafra e os produtores brasileiros — especialmente de milho — faturam como nunca.

 

O departamento de agricultura dos Estados Unidos tem a fama de ser um órgão conservador. Por isso, ninguém duvidou quando ele previu, no início deste ano, que a colheita americana seria recorde na atual safra. O país colheria 376 milhões de toneladas — algo como 45% da produção mundial.

Hoje, já se sabe que a previsão é furada. O Meio-Oeste dos Estados Unidos, onde se concentra a produção de grãos, arde com a pior seca dos últimos 50 anos. Sofrem os produtores de trigo, soja e, principalmente, milho. Estima-se que as perdas no milho já cheguem a 70 milhões de toneladas.

Os mais pessimistas falam que a quebra de safra pode superar 100 milhões de toneladas — o que significaria falta do cereal para suprir a demanda interna. A instabilidade no campo já pressiona os preços na bolsa de Chicago, que baliza a cotação de produtos agrícolas em nível internacional.

Neste ano, o preço do milho e da soja acumula alta semelhante, em torno de 40%. Nem a chuva fraca que começou a cair no final de julho deu refresco às cotações. Em meados do mês, depois de se reunir com o presidente Barack Obama para tratar da seca, Tom Vilsack, secretário de Agricultura, definiu a gravidade da situação: “Se soubesse uma oração da chuva ou uma dança da chuva, eu as faria”.

O único sopro de alívio no mercado vem do Brasil. Graças ao clima tropical, o país planta duas safras de milho por ano. Neste ano, a safra de verão sofreu com a estiagem, mas a chamada “safrinha” (de inverno), beneficiada pelas chuvas, é uma supersafrinha. O país está colhendo 35 milhões de toneladas de milho.

Somando a safra e a safrinha, o atual calendário agrícola pode fechar com uma colheita de 70 milhões de toneladas — alta de 21% em relação ao recorde de 2007. A reboque, sobem as previsões de exportação. O Brasil poderá embarcar 15 milhões de toneladas de milho, 55% mais que em 2011, e faturar alto: o valor exportado pode chegar a 4 bilhões de dólares, o dobro do ano passado.

Produtores já conseguem 35 reais por saca destinada à exportação — um extra de 40% em relação aos melhores preços do mercado interno, que também estão em alta. No embalo da festa da colheita, há quem diga que chegou a hora de alcançarmos no milho o que já conquistamos na soja.

 

Fonte: Exame

 

 

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