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Planeta Vivo

 

Apenas 5 minutos de chuva de granizos.

Nesta última Terça-feira, dia 09 de agosto por volta de 18h30m, os céus do Paraná abriram-se em verdadeiros arremessos de pedras de granizo sobre o município de Reserva, a 100 km. de ponta grossa.

O corpo de bombeiro informou que foram atingidos cerca de 4.000 moradias, além de postos de saúde, escolas e o comércio.

Emergência

O prefeito de Reserva, Frederico Bittencourt Hornung Neto, decretou situação de emergência devido aos estragos provocados pela chuva de granizo que atingiu a cidade, por volta das 18h30m de terça-feira. A 'pedreira' deixou um rastro de destruição por toda a área urbana do município, distante 100 quilômetros de Ponta Grossa. Praticamente todas as casas foram danificadas, de alguma forma, pelas pedras de gelo. O Corpo de Bombeiros informou, no fim da tarde desta quarta-feira, que 15 mil pessoas foram afetadas em cerca de quatro mil moradias, escolas, postos de saúde e estabelecimentos comerciais. As aulas nas redes municipal e estadual foram canceladas ontem, mas voltam ao normal hoje.

Apesar dos estragos, a Defesa Civil não registrou desabrigados ou desalojados. O granizo também atingiu parte da área rural, especialmente na localidade de Anta Gorda, em que aproximadamente 15 produtores de tomate tiveram as lavouras afetadas.

Segundo moradores, a tempestade durou no máximo cinco minutos, mas tempo suficiente para provocar muitos estragos. De acordo com eles, as pedras grandes eram do tamanho de ovos de galinha. Algumas pessoas foram pegas de surpresa e sofreram escoriações ao serem atingidas pelo granizo. Outros dois homens precisaram ser hospitalizados, pois caíram do telhado quando faziam o conserto.

O prejuízo foi maior nas coberturas das residências, onde as pedras furaram o telhado e chegaram a ultrapassar forros de PVC. Vidros de janelas também foram quebrados, assim como vários veículos tiveram o para-brisa danificado e a lataria amassada. O prefeito disse que o prejuízo total ainda está sendo calculado.

Mutirão

O 2º Grupamento de Bombeiros e a Defesa Civil montaram uma força-tarefa para ajudar os moradores. Ao todo, 60 homens e mulheres integrantes das duas unidades em Ponta Grossa, Castro, Palmeira e outros municípios dos Campos Gerais foram ao município ainda na noite de terça. Eles distribuíram mais de 100 rolos de lona naquela noite, mas o material acabou e ontem pela manhã uma nova carga de lona foi conseguida junto aos bombeiros da região e também de Curitiba.

Nesta quarta-feira, as equipes se concentraram no Colégio Estadual Manoel Antonio Gomes (Cemag). Elas foram divididas para fazer o levantamento dos estragos pelo centro e bairros e distribuir as lonas entre os moradores.

Várias pessoas também formaram fila em frente às lojas de material de construção em busca de telhas. O vice-prefeito Aleixo Lopata é dono de um estabelecimento e teve de controlar a entrada dos clientes para evitar tumulto e garantir telhas para todos. “Temos chapas, mas estamos distribuindo de forma racional. Nós limitamos um número para cada pessoa”, contou, acrescentando que já havia providenciado a compra de mais telhas, que chegariam à tarde.

Hornung conversou, por telefone, com o governador Beto Richa para pedir ajuda do governo. “Vamos precisar entre 25 e 30 mil telhas de cimento e amianto para atender as pessoas. Esperamos que o Estado nos ajude”, afirmou.

Ontem, a Prefeitura conseguiu adquirir algumas telhas para socorrer as famílias mais necessitadas. A partir de hoje, elas serão distribuídas, mas o processo deve demorar até 15 dias, segundo o prefeito.

O mutirão de apoio em Reserva está sendo coordenado pelo major Luiz Grummt, da Defesa Civil. Ele contou que parte da equipe permaneceria no município e hoje uma nova turma de bombeiros vai atuar na cidade. A força-tarefa não tem prazo para terminar.


'Foi uma catástrofe', afirma moradora

A equipe de reportagem do Diário dos Campos passou a manhã desta quarta-feira em Reserva, acompanhando o trabalho da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, das autoridades municipais e dos moradores para a recomposição das casas. Várias pessoas relataram os momentos de pânico vividos no início da noite de terça-feira, quando a chuva de granizo atingiu a cidade, e os prejuízos causados pela tempestade. Teve gente que se escondeu dentro do guarda-roupa.

A professora Marli de Fátima Hornung Sedlak havia acabado de chegar em casa quando a tempestade de pedra começou. “Eu estava sozinha e quase morri de susto. Foi uma catástrofe”, relatou. “Não sabia onde me esconder. Fui para o banheiro, mas escorria água do teto, fui então para um quartinho e fiquei lá até acabar. Molhei-me inteira. Se a chuva durasse mais alguns minutos, a casa viria abaixo”, acrescentou a mulher. Para aumentar ainda mais o desespero dos moradores, a professora lembrou que a cidade ficou sem telefone e celular.

A chuva de granizo deixou Marli sem energia elétrica e transformou o telhado da residência em uma “peneira”. A água que entrou na casa danificou móveis, eletrodomésticos e roupas. Ela passou a noite na casa de conhecidos e ontem fazia a limpeza e tentava salvar o que sobrou.

O agricultor Claudemir de Souza Ribeiro trocou todo o telhado da casa ontem. Ele estava com a família, no interior da residência, quando houve a queda de granizo.

A aposentada Castorina Carneiro dos Santos contou que dormiu sentada na cama, com o guarda-chuva aberto do lado. Ela preferiu não deixar a casa sozinha depois dos estragos provocados pelo granizo. “Quebrou todo o telhado, mas, fazer o quê? Molhou tudo aqui dentro”, lamentou. Ela conta que nunca viu uma chuva de pedra tão devastadora. (E.S.)


Tempestade deixa população sem água.

A quantidade, o tamanho e a força com que o granizo caiu também prejudicou o abastecimento de água em diversas casas de Reserva. De acordo com a Sanepar, isso aconteceu porque os cavaletes (suportes dos relógios) se romperam. A empresa informou que está reparando os estragos e pede para que as pessoas que tiverem problema no fornecimento de água liguem para o telefone 115.

Ainda segundo a Sanepar, devido ao mutirão de limpeza, o consumo de água nesta quarta-feira foi muito acima do normal, o que também influenciou o abastecimento em alguns bairros. A expectativa é de que hoje tudo volte ao normal. (E.S.)


'Pedreira' também afeta São João do Triunfo

Outro município afetado pela chuva de granizo foi São João do Triunfo. No domingo, uma parte do município já havia sofrido com a 'pedreira' e, na terça-feira, a tempestade atingiu outra área. A Defesa Civil percorreu a região ontem para fazer o levantamento dos locais afetados. Somente a última chuva danificou 40 moradias, mas esse número ainda é preliminar.

Edson Luiz Ribeiro, assessor da Prefeitura, comentou que o Município estuda decretar situação de emergência. “Inicialmente, as famílias foram socorridas com lonas, mas já estamos providenciando telhas. Vamos precisar de umas 10 mil folhas para atender todos os necessitados”, explicou. Por enquanto, os materiais serão fornecidos apenas para as residências. “Mas sabemos que muitas estufas de fumo e barracões foram danificados”, comentou. Ele diz que as pessoas que vivenciaram a tempestade contaram que “foi terrível”, principalmente a situação desta terça. (E.S.)

 

Fonte: Diário dos Campos

 

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