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Algo parecido já aconteceu antes, e ficou na história:

"4 Se você não quiser deixá-lo ir, farei vir gafanhotos sobre o seu território amanhã. Eles cobrirão a face[a] da terra até não se poder enxergar o solo. Devorarão o pouco que ainda lhes restou da tempestade de granizo e todas as árvores que estiverem brotando nos campos. Encherão os seus palácios e as casas de todos os seus conselheiros e de todos os egípcios."

Êxodo 10:4-6

Dias de Hoje

Nuvem de gafanhotos avança pela América do Sul e tem chances de chegar ao Brasil, consumindo plantações e colheitas das mais diversas; agrônoma da Embrapa fala desse fenômeno.

Nuvem de gafanhotos se aproxima do Brasil

A agrônoma da Embrapa Alineaurea Florentino falou das características de uma nuvem de gafanhotos, com cerca de 40 milhões deles, que está avançando pela América do Sul - passou pela Argentina, está no Paraguai e pode chegar ao Brasil - e os cuidados que as autoridades estão tendo com relação ao fenômeno.

“Nós estamos vivendo em meio a várias crises e, uma delas, reflete exatamente a essa chegada que pode acontecer dessa nuvem de gafanhoto, que saiu lá do Paraguai, está migrando para o lado da Argentina e pode ser que atinja o território brasileiro.”

Nuvem de gafanhotos: biólogos tiram dúvidas e esclarecem sobre aparição de insetos no Grande Recife

Os especialistas avaliam que, neste momento, há chances de um desvio da nuvem por causa das baixas temperaturas na região Sul do Brasil, mas, mesmo assim, um alerta foi emitido, com a declaração de emergência fitossanitária, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

"Nós estamos percebendo, olhando os mapas do Inmet, é possível que a chegada de um ar polar represente uma baixa de temperatura e, com isso, a migração desses gafanhotos poderá ser revertida ou não seja tão avançada, digamos assim", disse Alineaurea.

Segundo a especialista, o fenômeno da formação da nuvem não é incomum, mas um resultado de um desequilíbrio ambiental, com o desmatamento e a retirada da vegetação nativa, interferindo na ação de uma série de inimigos naturais, como sapos, pássaros e outros animais que consumiriam esses gafanhotos, fazendo com que eles tenham o voo livre para aumentar a sua população.

“Já ocorreram várias nuvens, tanto na região da África como nessa região do Paraguai, Uruguai. É bem comum, no sentido de que, a cada três anos, acontece uma situação como essa. Mas esse desequilíbrio que se fala, que pode estar, digamos, estimulando a multiplicação desses gafanhotos, ele tem uma ajudazinha do clima. Nós estamos vivendo um momento em que o clima na região do Paraguai, que aqueceu um pouco e, com esse aquecimento, a multiplicação e a migração deles ficou mais intensa. A questão climática interfere muito na migração desses insetos"

Velocidade e Alimentação

A agrônoma explica que a rapidez com que a nuvem se movimenta é grande, gerando preocupação para os agricultores, já que os gafanhotos se alimentam de diversas plantações.

"A velocidade da nuvem é alta. Eles caminham muito rápido, numa velocidade em torno de 150 km por dia. Imagine, é como se eles fossem do Recife para João Pessoa dentro de um dia. Ele come exatamente os vegetais, não se alimenta de outra coisa. Ele não é só uma praga para o milho, para o trigo, é uma praga para várias culturas que estiverem em campo. E a nossa preocupação também é que essa nuvem vem se multiplicando, colocando suas larvas, crescendo a cada dia. Se ela não for, realmente, barrada, poderá acontecer não só agora, mas futuramente também, a volta deles, que ficam no solo, para ocupar outros espaços e migrar para onde tiver alimento."

Devoradores

“Eles comem absolutamente tudo”, diz veterinário sobre gafanhotos que avançam para o Brasil.

Segundo especialista, distância quilométrica não impede que gafanhotos cheguem a vários estados do Brasil.

O médico veterinário Doralécio Lins e Silva comentou as chances de a nuvem de gafanhotos que saiu originalmente do Paraguai, das províncias de Formosa e Chaco, onde há culturas de cana-de-açúcar, mandioca e milho, chegar ao Brasil, inclusive a estados do Nordeste.

“A distância de 130 km para uma nuvem de gafanhoto é como se fosse sair do Recife para Olinda; é muito próximo. Para você ter uma ideia, teve uma nuvem de gafanhotos no Mediterrâneo, na Ilha de Chipre. Essa mesma nuvem saiu e invadiu as Ilhas Canárias, na Espanha, e entrou na África. Foi até a Mauritânia, que fica no Norte da África. Eles se deslocam numa velocidade muito grande”, diz Doralécio.

Nuvem de gafanhotos: Brasil declara emergência fitossanitária

“O problema é que na hora que começa a entrar em Minas [Gerais], chegando já no Nordeste, não tem agricultura para eles comerem. A não ser no oeste da Bahia. Se eles chegarem, os plantadores de soja, de feijão, esse pessoal vai ficar muito preocupado. Porque, no Nordeste, na caatinga, eles não vão ter ambiente para isso. Agora lembrem-se que é um animal que sobrevive nos desertos africanos, então ele come absolutamente tudo."

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento declarou estado de emergência fitossanitária nesta quinta-feira (25) no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina devido ao risco de surto da praga Schistocerca cancellata nas áreas produtoras dos dois estados.

"Nuvem de poeira" também pode chegar ao Brasil
Além da nuvem de gafanhotos, outro fenômeno da natureza pode chegar ao Brasil: trata-se da "nuvem de poeira Godzilla".

Há alguns dias, parte do Oceano Atlântico está sendo encoberta por uma gigantesca nuvem marrom e densa. Imagens capturadas por satélites mostram que é possível ver a nuvem, que esconde os tradicionais tons de azul e branco, sai da África e vai em direção ao Caribe. O fenômeno, chamado por alguns especialistas de "nuvem de poeira Godzilla", trata-se de uma nuvem de ar do Saara.

De acordo com especialistas, a nuvem é um fenômeno comum, mas, desta vez, está mais denso. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, em inglês), a nuvem, que já provoca efeitos no Caribe, deve mover-se em direção ao oeste pelo Mar do Caribe e para áreas do norte da América do Sul, América Central e da Costa do Golfo dos Estados Unidos. O fenômeno já percorreu mais de 5 mil quilômetros desde que foi observado, há uma semana, na área oeste da África.

Por causa da poeira, o fenômeno pode afetar a pele e os pulmões por causa do ar seco com poeira ter cerca de 50% menos umidade. Também pode ser nocivo às pessoas que têm problemas respiratórios, causando alergias e irritações nos olhos. A recomendação para prevenção é o usos de máscara e a não realização de atividades ao ar livre. No mar, os navios foram alertados sobre a baixa visibilidade.

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